Relato de Experiência – Mobilidade Internacional

Boletim informativo SERINT – v.2 n.6 janeiro / março 2023 – ISSN 2965-1751

Campus de Juazeiro – DCH III

Chiara Pirani. Estudante intercambista.
Foto: Acervo pessoal, 2023.

O meu nome é Chiara Pirani e sou estudante do curso de pós-graduação em “Psicologia de Comunidade, Promoção do Bem-estar e Mudança Social”, na Universidade de Pádua, Itália. O meu interesse pelo Brasil nasceu muito antes de conhecer o programa de intercâmbio e me foi transmitido principalmente por meu pai, desde a infância, porque ele é um amante da música brasileira. Quando uma colega e amiga me disse que iria fazer seu projeto de estágio em uma cidade da Bahia, chamada Juazeiro, todos os meus cinco sentidos vieram à tona. Eu pedi o contato do coordenador do Programa de Pesquisa e Intercâmbio Intereurisland, o professor Nicola Andrian, e organizei uma videochamada com ele para que me explicasse tudo a respeito.

Consegui uma bolsa para a mobilidade através do programa ULISSE[1], da Universidade de Pádua que oferece apoio financeiro para intercâmbio com universidade fora da Europa. O período de mobilidade para o estado da Bahia foi planejado para durar 4 meses no total, minha chegada em Juazeiro foi em 24 de agosto e minha partida em 24 de dezembro de 2022. Além de conhecer o Programa de Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA) e o Departamento de Ciências Humanas, DCH, Campus III, as duas primeiras semanas foram dedicadas a visitas de conhecimento às instituições da comunidade onde poderíamos realizar o estágio. Foi realmente um batizado eficaz para conhecer uma parte da realidade na qual iríamos morar durante os meses seguintes.

Pessoalmente, eu tinha uma espécie de imprinting com a Pastoral da Mulher, em Juazeiro, que é especializada em dar apoio e ajuda a mulheres na prostituição. Já em minha formação na Itália, eu havia sido informada sobre as instituições colaboradoras através de relatórios e vídeos das atividades que a equipe dos anos anteriores havia realizado lá, mas no momento em que lá cheguei, eu disse a mim mesma: “Este é o lugar onde quero estar”.

Nossa contribuição dentro das instituições se fundamenta nos pilares pedagógicos e práticos da Aprendizagem Solidária, uma contribuição para a comunidade que ao mesmo tempo conta com a formação pessoal e profissional de nós estudantes. Para mim, o propósito do projeto permaneceu muito claro ao longo de todo o percurso e fui capaz de desenvolvê-lo para o meu trabalho futuro como psicóloga. O clima de equipe que encontrei na Pastoral da Mulher foi idílico, houve a participação unânime de todas as profissionais e o diálogo contínuo através das reuniões de equipe que se realizavam uma vez por semana. Outro aspecto que foi muito importante para minha formação foi a participação em cursos universitários do PPGESA, DCH III, UNEB, entre os quais: ‘Educação em Territórios Semiáridos’ e ‘Relações Interpessoais e Dinâmicas de Grupo. Estas foram duas disciplinas que puderam, de diferentes maneiras, me ensinar novas noções, conhecimentos e métodos de comunicação muito úteis para minha área de estudo.

Territórios Semiáridos’ e ‘Relações Interpessoais e Dinâmicas de Grupo. Estas foram duas disciplinas que puderam, de diferentes maneiras, me ensinar novas noções, conhecimentos e métodos de comunicação muito úteis para minha área de estudo.

Equipe Pastoral da Mulher, Juazeiro-BA.
Fonte: arquivo fotográfico da pesquisa.

O único ponto crítico que gostaria de mencionar aqui é a questão do tempo, pois 4 meses do programa é um tempo muito curto para poder desenvolver tudo o que precisaria fazer, já que pelo menos durante um mês e meio a gente passa por uma fase de aclimatação devido à diferença de idioma e cultura em que estamos imersos.

Sobre esta experiência, vou basear meu relatório final de graduação, com enfoque na abordagem holística do cuidado e apoio pessoal, dando como exemplos as práticas holísticas utilizadas na Pastoral da Mulher com as mulheres. Esta abordagem foi esclarecedora ao ver o corpo e a mente como um conjunto inseparável e continuamente influenciado de forma bidirecional.

Chiara Pirani

Estudante intercambista, Universidade de Pádua, Itália.


[1] A Universidade de Pádua promove a mobilidade estudantil para países não europeus no âmbito de acordos de mobilidade assinados com universidades selecionadas. O novo Programa Ulisse permite que os alunos façam um estudo, uma pesquisa de tese ou um período de estágio no exterior em universidades parceiras de quatro continentes diferentes (Europa, Américas, Ásia, Austrália).

O reconhecimento das atividades desenvolvidas no estrangeiro é assegurado pelo Learning Agreement. Deve assinar o Learning Agreement antes da sua partida e mantê-lo atualizado durante o período de mobilidade.

Fonte: https://www.unipd.it/en/ulisse, Acesso em 31/03/2023.